[:pb]Oi pessoal, a pandemia do Coronavírus (ou COVID-19) é o assunto do momento e todos os dias uma quantidade enorme de informações chega de todos os lados. Isso é fato. Mas de onde vêm essas informações? Precisamos dar toda a importância para esse assunto, mas redobrando o cuidado para saber o que é confiável. A palavra de ordem no momento é PREVENÇÃO e o esforço de cada um nunca foi tão importante para um resultado coletivo.

Aqui na Academia estamos muito preocupados com a disseminação da doença e a forma que podemos contribuir é ajudando na conscientização do que é necessário fazer (1) individualmente, (2) coletivamente (3) como profissionais de saúde.

Histórico:

O COVID-19 faz parte da família dos Coronavirus, que podem causar desde resfriados comuns até casos mais graves como Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). O início da transmissão do COVID-19 foi relatado em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. De lá para cá, os números atualizados da OMS revelam mais de 200.000 casos em todo mundo e cerca de 9.000 mortes. Mas isso muda a cada hora.

Como Infectologista e trabalhando com Global Health, posso afirmar que não estamos vivendo uma histeria. Não é motivo de pânico, mas a pandemia é real. Sabemos que 80% dos infectados têm se recuperado da doença sem necessidade de tratamento específico. Pontualmente, isso é muito bom! Mas, por outro lado, o grupo de risco – composto prioritariamente por idosos (60 anos ou mais) e/ou pessoas com condições pré-existentes como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares e respiratórios, câncer e sistema imunológico comprometido – tem mostrado uma evolução muito preocupante dos sintomas, podendo levar à morte.

Sintomas:

Os sintomas desse Coronavirus geralmente são leves e evoluem gradualmente. Podem incluir febre, cansaço, tosse seca e, em alguns casos, dores no corpo, congestão nasal, diarreia e dores de garganta. Mas o maior problema é o período de incubação da doença: uma pessoa infectada pode ficar de 2 a 14 dias (em média 5 dias) com o vírus, antes de apresentar qualquer sintoma. Mesmo assintomáticos, portadores podem ser vetores de transmissão para dezenas de outros pacientes. Se apresentar os sintomas de um quadro gripal, fique em casa para não se expor ainda mais. Você deve procurar um serviço de saúde se tiver dificuldade respiratória.

Cuidados:

(1) INDIVIDUALMENTE: a orientação da OMS é: LAVAR BEM AS MÃOS frequentemente. O vírus é transmitido pelo ar, em fluidos de pessoas doentes, mas pode resistir vivo em superfícies contaminadas por até 3 dias, dependendo do material. Parece óbvio, mas não custa reforçar: É preciso cobrir o rosto com lenço descartável ou com o braço se for tossir ou espirrar e lavar as mãos em seguida e também antes e durante preparo de alimentos, antes e após as refeições e o uso de banheiros ou depois de lidar com animais e seus resíduos. Em todos esses casos deve-se evitar contato das mãos com olhos, nariz e boca. Álcool em gel deve ser usado nas mãos livres de sujeiras. Se suas mãos estão visivelmente sujas, água e sabão nelas demoradamente!

(2) COLETIVAMENTE: Estatísticas atuais mostram que 1 a cada 6 pessoas que pega COVID-19 fica grave e desenvolve dificuldade respiratória. A grande lição que esse vírus já nos deu é que é hora de pensar coletivamente. Todo mundo tem alguém próximo que pode estar no grupo de risco: pais, amigos, vizinhos. Por isso, a orientação de isolamento social tem sido tão intensa. Quanto menos contato, menor a chance de contágio. Portanto, o apelo mundial, nesse momento, é #FiqueEmCasa. Se precisar sair, mantenha uma distância segura de 1 metro de outras pessoas. Sempre que possível, vá andando ou de bicicleta. Ao pegar transporte coletivo, evite horários de pico e redobre a atenção com os cuidados individuais. Essa ação coletiva vai ajudar a “achatar a curva da doença”, ou seja, evitar que os serviços de saúde sejam sobrecarregados ao mesmo tempo e não consigam dar conta da demanda, nem possam oferecer o melhor cuidados aos pacientes graves e em condição crítica, que necessitarão de suporte ventilatório. Portanto, se você não precisa, fique em casa, pela sua família, pelos seu país, pela humanidade.

(3) PROFISSIONAIS DE SAÚDE: Em todos os países, profissionais de saúde têm sido tratados como heróis durante o surto do doença. Na linha de frente, estamos muito mais expostos, mas não medimos esforços para conter a disseminação e tratar os doentes. Mas é preciso tomar todos os cuidados possíveis: use máscaras e luvas descartáveis na rotina de diagnóstico e os equipamentos indicados pelos órgãos competentes nos cuidados com pacientes graves. Respeito e atenção são muito importantes para que os doentes não se sintam sozinhos neste momento de grande angústia. Mas não esqueça que você também precisa se proteger para passar por tudo isso e poder ajudar quem necessita: se alimente bem, descanse, se permita momentos de relaxamento.

É muito importante neste momento praticar a empatia e o cuidado com o próximo. Vamos todos agir de forma individual e pensar coletivamente . Instrua as pessoas ao seu redor. Se tiver alguma dúvida, encaminhe pra gente pelo Direct do Instagram, que vamos tentar responder a todos. Ah, e tenha paciência. Isso tudo vai passar. Vamos juntos. Sempre!

Sem abraços, por enquanto,

Juliana Soares Linn
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