[:pb]Estudantes brasileiros não estão acostumados a falar sobre si mesmos, até estarem numa situação de entrevista de emprego. Mas nos Estados Unidos é diferente. Com certeza você já viu vários filmes em que o protagonista conta sua transição da High School para a University e, após 1 hora e meia, percebeu que toda a narrativa nada mais é do que o Personal Statement que o sujeito escreveu em seu application.

Importante, necessário e muito considerado na etapa do Match com os programas de residência, o Personal Statement é uma redação de uma página, escrita em primeira pessoa, falando sobre você. Esse movimento de autoanálise assusta muitos candidatos e pode funcionar tanto como uma armadilha, como uma porta de entrada.

Via de regra, os programas usam o PS para avaliar o perfil dos candidatos. Não existe um manual a seguir, mas é sempre bom lembrar que, em geral, médicos tendem a ser pessoas mais conservadoras. Então, se não quiser arriscar, não saia muito do esperado. Experiências muito exóticas ou excêntricas não são uma boa opção aqui, a não ser que você tenha passado um tempo na África ou em alguma comunidade indígena, como parte do seu trabalho em Medicina.

Você deve ser honesto, sem ser tímido. Falar de suas virtudes, sem parecer arrogante. Lembre-se de que o ENEM ficou para trás. Não discuta política ou religião. Capriche no inglês e não deixe passar erros gramaticais ou ortográficos. O tema é a sua vida, mas vamos combinar que o objetivo é entrar para um programa de Medicina, então, escolha uma ou duas histórias interessantes que mostrem porque você chegou até esse ponto.

Explicar o que te atraiu para determinada especialidade é bom, desde que não diga que foi por dinheiro ou para se encaixar em um estilo de vida que te agrada. Essas razões vão fazer você parecer superficial. Pense no que deseja fazer durante sua carreira nessa especialidade. Aqui vale uma dica: Para programas em Hospitais Comunitários vale ressaltar que você quer uma carreira clínica, com um pouco de pesquisa. Se o seu foco são os Hospitais Universitários, deve dar mais ênfase ao interesse pela área de pesquisa.

Você pode (e até deve) falar de outros interesses, além da Medicina. Mas seja breve nesse ponto. Família, esportes, atividades comunitárias ou voluntárias são um caminho seguro.

No final, é importante compartilhar o Personal Statement com pessoas que já passaram pelo processo e que sejam de sua confiança (mentores), para que você tenha uma opinião sobre o que está escrito e se há algum ponto que ainda possa ser refinado. Outra coisa, comece cedo, no mínimo, dois meses antes do ERAS abrir. Lembre-se de que a preparação é tudo e um Personal Statement forte pode ser o seu único diferencial com relação a um outro candidato.

Um abraço e até a próxima,
Juliana Soares Linn

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Estudantes brasileiros não estão acostumados a falar sobre si mesmos, até estarem numa situação de entrevista de emprego. Mas nos Estados Unidos é diferente. Com certeza você já viu vários filmes em que o protagonista conta sua transição da High School para a University e, após 1 hora e meia, percebeu que toda a narrativa nada mais é do que o Personal Statement que o sujeito escreveu em seu application.
Importante, necessário e muito considerado na etapa do Match com os programas de residência, o Personal Statement é uma redação de uma página, escrita em primeira pessoa, falando sobre você. Esse movimento de autoanálise assusta muitos candidatos e pode funcionar tanto como uma armadilha, como uma porta de entrada.
Via de regra, os programas usam o PS para avaliar o perfil dos candidatos. Não existe um manual a seguir, mas é sempre bom lembrar que, em geral, médicos tendem a ser pessoas mais conservadoras. Então, se não quiser arriscar, não saia muito do esperado. Experiências muito exóticas ou excêntricas não são uma boa opção aqui, a não ser que você tenha passado um tempo na África ou em alguma comunidade indígena, como parte do seu trabalho em Medicina. 😉
Você deve ser honesto, sem ser tímido. Falar de suas virtudes, sem parecer arrogante. Lembre-se de que o ENEM ficou para trás. Não discuta política ou religião. Capriche no inglês e não deixe passar erros gramaticais ou ortográficos. O tema é a sua vida, mas vamos combinar que o objetivo é entrar para um programa de Medicina, então, escolha uma ou duas histórias interessantes que mostrem porque você chegou até esse ponto.

Explicar o que te atraiu para determinada especialidade é bom, desde que não diga que foi por dinheiro ou para se encaixar em um estilo de vida que te agrada. Essas razões vão fazer você parecer superficial. Pense no que deseja fazer durante sua carreira nessa especialidade. Aqui vale uma dica: Para programas em Hospitais Comunitários vale ressaltar que você quer uma carreira clínica, com um pouco de pesquisa. Se o seu foco são os Hospitais Universitários, deve dar mais ênfase ao interesse pela área de pesquisa.

Você pode (e até deve) falar de outros interesses, além da Medicina. Mas seja breve nesse ponto. Família, esportes, atividades comunitárias ou voluntárias são um caminho seguro.

No final, é importante compartilhar o Personal Statement com pessoas que já passaram pelo processo e que sejam de sua confiança (mentores), para que você tenha uma opinião sobre o que está escrito e se há algum ponto que ainda possa ser refinado. Outra coisa, comece cedo, no mínimo, dois meses antes do ERAS abrir. Lembre-se de que a preparação éh tudo e um Personal Statement forte pode ser o seu único diferencial com relação a um outro candidato.

Um abraço e até a próxima,
Juliana Soares Linn
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