Oi pessoal!
Hoje o assunto é uma especialidade da casa: Saúde Pública. Há mais de 15 anos mergulhada na área, com experiências profissionais no Brasil, em Moçambique e nos Estados Unidos, Public Health é minha paixão.
Atualmente, existem diversas organizações especializadas em questões de saúde como um bem para todos. Elas respondem por diversos campos da Saúde Pública, da promoção de políticas públicas a vigilância sanitária. Hoje, mais do que em qualquer outro momento dos últimos anos, percebemos a importância dessa área.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) é o organismo internacional responsável por coordenar a saúde a nível global, promovendo um “um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas como a ausência de infecções ou enfermidades”. A ideia aqui não é ser apenas um órgão de vigilância sanitária internacional, mas também cuidar de questões como o combate à má alimentação, a promoção da igualdade de gênero, da saúde mental, etc.
Vindo para um âmbito um pouco mais regional, a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), aponta onze funções essenciais aos serviços de saúde pública:
AVALIAÇÃO
- Monitoramento e avaliação
- Vigilância, controle e gestão de riscos
- Pesquisa e gestão do conhecimento
DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICAS
- Políticas, legislação e estrutura regulatória
- Participação e mobilização social
ALOCAÇÃO DE RECURSOS
- Desenvolvimento de recursos humanos para a saúde
- Medicamentos e outras tecnologias de saúde
- Financiamento da saúde
ACESSO
- Acesso a serviços completos de qualidade
- Promoção da saúde e comportamentos saudáveis
- Lidar com determinantes sociais de saúde
Hoje em dia, tudo isso parece óbvio, mas é muito importante lembrar que saúde como um bem público é algo bem recente na história da humanidade. O movimento começou no século XVII e foi ganhando força a partir do século XIX, com a institucionalização da higiene na França. No Brasil, as primeiras intervenções coletivas começaram com o Dr. Oswaldo Cruz, epidemiologista mais famoso de nosso país, e culminam com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1990.
Após o momento atual de pandemia, fica cada vez mais claro como nunca antes a necessidade de médicos especialistas em Public Health. Economias de todo o mundo não vão querer repetir os longos meses de lockdown que tivemos, quando podem investir em prevenção e saúde pública. O impacto gerado em toda a sociedade vai muito além das infecções pelo coronavírus, passando por questões de saúde mental, desemprego, etc.
E claro, mesmo antes da pandemia: são esses médicos que trabalham para criar um consenso, baseado em evidências, sobre problemas de saúde específicos e suas soluções. Somos nós que percebemos problemas sociais como causas de doenças. Em outras palavras, trabalhamos para melhorar a expectativa de vida e o bem-estar geral de diversas populações.
Por isso, alunos de Medicina que se interessam por pesquisa, infectologia e saúde internacional tem um campo fértil de trabalho. “Ah, mas não quero ser um virologista”. Ótimo, você será muito bem vindo. Saúde Pública abrange profissionais de diversas especialidades: o que vale é ter essa ânsia por expandir seu olhar para além do micro, enxergando o macro.
Se você deseja entender melhor como funciona essa área, vou te dar uma dica valiosa: na próxima sexta-feira, 23/07, vamos ter uma aula aberta de Public Health na MBSA. Nela, vamos abordar os principais pontos dessa área, do campo de atuação ao que é cobrado nas provas de residência. Inscreva-se!