[:pb]A etapa decisiva para fazer a residência médica nos EUA é aplicar para os programas. Nesse ponto, o candidato já passou nas três provas do USMLE (Step 1 e Step 2 CK e CS), e agora está na fase de aplicar através do MyERAS. Resta, então, selecionar os programas a que vai se candidatar. Candidatos americanos costumam aplicar, em média para 20-25 programas. Candidatos estrangeiros costumam se inscrever entre 60 a 100 programas, mas esse não é um número rígido. Como tudo nesse processo, varia um pouco de pessoa para pessoa, especialidade para a especialidade.

Parece muito, mas é a média mesmo. Para aplicar para até 10 programas, a taxa é de US$ 99. De 11 a 20 programas, sai a US$15 cada. De 21 a 30 programas, o custo vai pra US$19 cada e para 31 ou mais fica a US$26 cada.

Seus documentos serão enviados igualmente para todos os programas, mas você pode escolher quais cartas de recomendação quer enviar para cada Universidade, pois sua ficha deverá refletir que você é uma boa opção para aquela vaga.

Uma dica importantíssima: envie tudo o mais cedo possível, já que as fichas são examinadas por ordem de inscrição “first come, first served basis”. Ou seja, quanto mais cedo você enviar, maior chance tem de ser avaliado e selecionado para uma possível entrevista.
Vale lembrar algumas datas: ainda que o ERAS abra para upload de documentos no início de julho (e que você deva se inscrever imediatamente!), você só poderá aplicar para os programas em meados de setembro. Entre em setembro e dezembro os candidatos selecionados serão chamados para as entrevistas.

É importante se organizar, pois o processo de entrevistas é presencial. Você terá que viajar até os hospitais. Não existe um formulário de perguntas, mas as mais comuns são: Me fale sobre você? Quais são os seus pontos fortes e fracos? Porque está interessado no nosso programa? Aonde você se vê no futuro? Porque acha que devemos escolher você? Porque decidiu fazer esta especialidade?

Claro que existe toda uma técnica para responder a estas perguntas e valem as mesmas dicas que demos para escrever o seu Personal Statement (no artigo do dia 01/08): seja honesto, sem ser tímido. Fale de suas virtudes, sem arrogância. Pense bem no motivo que te atraiu para determinada especialidade e ajuste sua resposta de acordo com a realidade do programa: para Hospitais Comunitários, vale ressaltar que você quer uma carreira clínica, com um pouco de pesquisa. Se o seu foco são os Hospitais Universitários, deve dar mais ênfase ao interesse pela área de pesquisa.

Mais importante: treine bastante para a entrevista, para não dar branco na hora. Pratique com um colega, utilize um gravador (sim, um gravador!). Grave a sua entrevista simulando perguntas e repostas e, depois, ouça e faca os ajustes necessários. Converse com alguém que tenha experiência neste processo, um colega que possa te dar sugestões de como pode melhorar.

Se tudo der certo (e vai dar!), em fevereiro você vai ser solicitado a fazer um ranking de preferências dos programas que te entrevistaram. Da mesma forma, os programas também farão sua lista em ordem de preferência. Então, um computador vai cruzar os dados – o famoso “Match”– e todos os candidatos receberão as respostas no mesmo dia (“Match Day”). Se você quer mais informações sobre o processo do Match, vale dar uma olhadinha no post do blog do dia 30/04.

Um abraço,
Juliana Soares Linn
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